
Quando me vejo frente ao computador, me lembro do trabalho árduo das lavadeiras num tempo em que eu ainda nem existia. De lenço branco na cabeça, protegendo a cuca do sol, elas trabalhavam juntas, em sintonia, indo e vindo suas mãos para obedecerem ao comando de uma tarefa que começou muito antes dali. Por si próprias iam à água e voltavam às pedras para bater a roupa. Faziam, assim, até esbranquiçarem-se com o sabão que, por alguns segundos, continua a manchar a água. Na memória, vou ao encontro da mesma coragem. Em busca de também estender roupa no varal digital do meu tempo, sento-me na pedra ao lado.
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