terça-feira, 11 de novembro de 2008

DEPOIS DO SILÊNCIO

Três meses de silêncio são suficientes para ver a vida de outro lugar. Do meu encontro com o taxista até hoje, meus filhos cresceram alguns centímetros longe dos meus olhos, o primeiro presidente negro da história americana foi eleito, fiz planos de ir a Washington, escrevi um texto de cento e quarenta páginas. Encontrei abrigo em muito mais do que isso. Distante de casa, em minhas próprias entranhas, a vida passou depressa e permanece. Continuo em silêncio. No devagar depressa do tempo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O taxista

Ontem ele me ouviu ao telefone. Atento me perguntou: vai desistir? Não! Por quê? Você parece saber como a academia funciona. Sei não. Só sei um pouco de como a vida funciona. Vai desistir? Desisto não.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

AQUARELAGEM

Gosto de me colocar diante de uma aquarela. Brincar de representar a vida de forma enevuada, sem precisão, borrada, me parece ser uma das formas de representação mais próximas daquilo que a vida é. Difícil demais saber que cores existem ali e como estão se sobrepondo. A vida é isso. Aquarelagem. Mescla intensa de transparência e cor.